domingo, 18 de outubro de 2015

"Um, Dó, Li, Tá", de M. J. Arlidge

    Tal como li algures, um thriller muito ao jeito da saga cinematográfica de "Saw", e como tal, capaz de provocar arrepios e fazer pensar duas vezes antes de nos aventurarmos na escuridão, após a sua leitura, mas que consegue ter vida própria graças ao desenvolvimento temático próprio.
    Este é um livro que toca no nosso instinto mais básico - a sobrevivência, e apesar de todas as personagens passarem por um período de negação do destino inicialmente, é certo que todas querem o mesmo, e acabam por agir de forma a preservar a vida, própria ou de outrem. A estes pares é lhes colocado um dilema, que de certo deixa os leitores a pensar em qual seria a sua própria decisão. Temos acesso a várias personagens que se recusam a tomar uma decisão, mas acabam por matar o seu parceiro de cativeiro ao se sentirem "traídos" por este ter tomado uma decisão favorável à sua própria sobrevivência, dando voz ao egoísmo humano. Será que o podemos mesmo catalogar como "egoísmo"? E a meu ver, até o cinismo está presente. Então, "eu não te quero matar, mas alto, que se vens para me matar tenho toda a legitimidade de te dar um tiro" (quando o tiro acerta no seu alvo... há quem seja demasiado azarado).
    Num final, a meu ver, esperado, não tirando de todo a espetacularidade da escrita de Arlidge, julgo que os leitores ficam saciados, não só com o desfeixo da trama, mas também com a promessa de continuidade da saga. Mal posso esperar pela oportunidade de ler "À Morte Ninguém Escapa"!

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